SURDOS E FAMOSOS
segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Surdos e famosos
Aqui você poderá encontrar uma pequena lista de personagens históricos surdos e ouvintes.Alexander Graham Bell
Todo mundo conhece a Alexander Graham Bell e sua invenção: o telefone. O que não se conhece tão bem são seus nexos com a comunidade surda. Bell deu aulas a crianças surdas em escolas especiais (uma em Londres, outra em Boston para surdomudos, a escola de surdos Clarke e no albergue estadounidense de surdos). Também abriu uma escola para estudantes surdos e ouvintes, na que estudariam juntos, mas teve que se fechar só dois anos depois.Ainda que Bell se casou com uma mulher surda, um ex aluno seu: Mabel Hubbard, se opôs aos matrimonios mixtos.
Amy Ecklund
A estrela das novelas não nasceu surda, perdeu sua capacidade auditiva aos 6 anos e foi criada em um ambiente de comunicação total. Ecklund nunca ganhou um Emmy, mas já foi nominada. Em 1998, ganhou o prêmio Daytime Webbie por "melhor atriz de drama". Também foi nominada uma das mulheres mais bonitas das novelas semanais.Como qualquer atriz, Amy Ecklund participou nos chats de internet. Um destes chats fez com que os produtores de sua série tomassem a decisão de que Amy não voltasse a utilizar a língua de sinais em suas aparições.
Dr Andrew Foster
Se existe um homem afroamericano com uma vida impactante é o Dr. Andrew Foster. Não só porque criou várias escolas para crianças surdas na África, mas também foi o primeiro afroamericano que se graduou na Universidad Gallaudet. Desafortunadamente, Foster deixou este mundo em 1987 com somente 62 anos.C.J. Jones
Jones é um dos actores afroamericanos surdo que mais trabalha em Hollywood, sua carreira começou nos setenta e hoje em dia segue atuando. Seus pais eram surdos e ele era uma criança ouvinte, mas aos 7 anos devido a uma meningitis vertebral perdeu a audição. Jones se graduou em 1972 como processador de dados no Instituto Técnico Nacional para surdos. Porém, desde sua formatura fez de tudo menos processar dados; sua carreira se dirigiu mais a teatro e cinema. Antes de se formar já dirigia obras de teatro e atuava.http://www.alfabetosurdo.com/ptsign/famousdeafpeople.asp
História dos surdos
A história dos surdos regista os acontecimentos históricos dos surdos, como grupo que possui uma língua, uma identidade e uma cultura.
Ao longo das eras, os Surdos travaram grandes batalhas pela afirmação da sua identidade, da comunidade surda, da sua língua e da sua cultura, até alcançarem o reconhecimento que têm hoje, na era moderna.
Até à Idade Média
No Egito, os Surdos eram adorados, como se fossem deuses, serviam de mediadores entre os deuses e os Faraós, sendo temidos e respeitados pela população.Na época do povo Hebreu, na Lei Hebraica, aparecem pela primeira vez, referências aos Surdos.
Na Antigüidade os chineses lançavam-nos ao mar, os gauleses sacrificavam-nos aos deuses Teutates, em Esparta eram lançados do alto dos rochedos. Na Grécia, os Surdos eram encarados como seres incompetentes. Aristóteles, ensinava que os que nasciam surdos, por não possuírem linguagem, não eram capazes de raciocinar. Essa crença, comum na época, fazia com que, na Grécia, os Surdos não recebessem educação secular, não tivessem direitos, fossem marginalizados (juntamente com os deficientes mentais e os doentes) e que muitas vezes fossem condenados à morte. No entanto, em 360 a.C., Sócrates, declarou que era aceitável que os Surdos comunicassem com as mãos e o corpo. Séneca afirmou:
Matam-se cães quando estão com raiva; exterminam-se touros bravios; cortam-se as cabeças das ovelhas enfermas para que as demais não sejam contaminadas; matamos os fetos e os recém-nascidos monstruosos; se nascerem defeituosos e monstruosos, afogamo-los, não devido ao ódio, mas à razão, para distinguirmos as coisas inúteis das saudáveis. [4] | — ' |
Em Constantinopla, as regras para os Surdos eram basicamente as mesmas. No entanto, lá os Surdos realizavam algumas tarefas, tais como o serviço de corte, como pajens das mulheres, ou como bobos, de entretenimento do sultão.
Mais tarde, Santo Agostinho defendia a ideia de que os pais de filhos Surdos estavam a pagar por algum pecado que haviam cometido. Acreditava que os Surdos podiam comunicar por meio de gestos, que, em equivalência à fala, eram aceites quanto à salvação da alma.
A Igreja Católica, até à Idade Média, cria que os Surdos, diferentemente dos ouvintes, não possuíam uma alma imortal, uma vez que eram incapazes de proferir os sacramentos.
John Beverley, em 700 d.C., ensinou um Surdo a falar, pela primeira vez (em que há registo). Por essa razão, ele foi considerado por muitos como o primeiro educador de Surdos.
É só aqui, no fim da Idade Média e inicio do Renascimento, que saímos da perspectiva religiosa para a perspectiva da razão, em que a deficiência passa a ser analisada sob a óptica médica e científica.
Até à Idade Moderna
Foi na Idade Moderna que se distinguiu, pela primeira vez, surdez de mudez. A expressão surdo-mudo, deixou de ser a designação do Surdo.Pedro Ponce de León inicia, mundialmente, a história dos Surdos, tal como a conhecemos hoje em dia. Para além de fundar uma escola para Surdos, em Madrid, ele dedicou grande parte da sua vida a ensinar os filhos Surdos, de pessoas nobres, nobres esses que de bom grado lhe encarregavam os filhos, para que pudessem ter privilégios perante a lei (assim, a preocupação geral em educar os Surdos, na época, era tão somente económica). León desenvolveu um alfabeto manual, que ajudava os Surdos a soletrar as palavras (há quem defenda a ideia de que esse alfabeto manual foi baseado nos gestos criados por monges, que comunicavam entre si desta maneira pelo facto de terem feito voto de silêncio).
Nesta época era costume que as crianças que recebiam este tipo de educação e tratamento fossem filhas de pessoas que tinham uma situação económica boa. As demais eram colocadas em asilos com pessoas das mais diversas origens e problemas, pois não se acreditava que pudessem se desenvolver em função da sua "anormalidade".
Juan Pablo Bonet, aproveitando o trabalho iniciado por León, foi estudioso dos Surdos e seu educador. Escreveu sobre as maneiras de ensinar os Surdos a ler e a falar, por meio do alfabeto manual. Bonet proibia o uso da língua gestual, optando o método oral.
John Bulwer, médico inglês, acreditava que a língua gestual deveria possuir um lugar de destaque, na educação para os Surdos; foi o primeiro a desenvolver um método para comunicar com os Surdos. Publicou vários livros, que realçam o uso de gestos.
John Wallis (1616-1703), educador de Surdos e estudioso da surdez, depois de tentara ensinar vários Surdos a falar, desistiu desse método de ensino, dedicando-se mais ao ensino da escrita. Usava gestos, no seu ensino. George Dalgarno desenvolveu um sistema inovador de dactilologia. Konrah Amman, defensor da leitura labial, já que considerava que a fala era uma dádiva de Deus que fazia com que a pessoa fosse humana (não considerava os Surdos que não falavam como humanos). Amman não fazia uso da língua gestual, pois acreditava que os gestos atrofiavam a mente, embora os usasse como método de ensino, para atingir a oralidade.
Charles Michel de L'Épée, nascido em 1712, ensinava, numa primeira fase, os Surdos, por motivos religiosos. Muitos o consideram criador da língua gestual. Embora saibamos que a mesma já existia antes dele, L'Épée reconheceu que essa língua realmente existia e que se desenvolvia (embora a não considerasse uma língua com gramática). Os seus principais contributos foram:
- criação do Instituto Nacional de Surdos-Mudos, em Paris (primeira escola de Surdos do mundo);
- reconhecimento do Surdo como ser humano, por reconhecer a sua língua;
- adopção do método de educação colectiva;
- reconhecimento de que ensinar o Surdo a falar seria perda de tempo, antes que se devia ensinar-lhe a língua gestual.
Até à Idade Contemporânea
Depois da Revolução Francesa e durante a Revolução Industrial, entrou-se numa era de disputa entre os métodos oralistas e os baseados na língua gestual. Roch-Ambroise Cucurron Sicard foi um abade francês, famoso pelo seu trabalho como educador de Surdos; Sicard fundou a escola de Surdos de Bordéus, em 1782, posteriormente sucedeu a L'Épée, como director do instituto criado pelo mesmo, também apoiou a criação de vários institutos de surdos em todo o país. Pierre Desloges, francês, tornou-se surdo aos 7 anos, devido à varíola, foi defensor da língua gestual, tendo sido autor do primeiro livro publicado por um surdo, onde revelava a sua indignação contra as ideias do Abade Deschamps, que havia publicado um livro que criticava a língua gestual. Desloges, a esse respeito, declarou o seguinte:Tal como o francês vê a sua língua desvirtuada por um alemão que apenas conhece algumas palavras da língua francesa, penso que devo defender a minha língua contra as acusações falsas deste autor. | — ' |
Jean Itard, primeiro médico a interessar-se pelo estudo da surdez e das deficiências auditivas, usava os seguintes métodos nas suas pesquisas: cargas eléctricas, sangramentos, perfuração de tímpanos, entre outras.
Jean Massieu foi um dos primeiros professores surdos do mundo. Laurent Clerc, surdo francês, educador, acompanhou Thomas Hopkins Gallaudet, educador ouvinte, aos EUA, onde abriram uma escola para surdos, em Abril de 1817, a Escola de Hartford. Gallaudet instituiu nessa escola a Língua Gestual Americana, passou ainda a seu usado o inglês escrito e o alfabeto manual. Em 1830, quando Gallaudet se reformou, já existiam nos Estados Unidos cerca de 30 escolas para surdos.
Nesse interím, Alexander Graham Bell, cientista estadunidense, trabalhava na oralização dos surdos. Casou com uma surda, Mabel. Bell era grande defensor do oralismo e opunha-se à língua gestual e às comunidades de surdos, uma vez que as considerava como um perigo contra a sociedade. Assim sendo, Bell defendia que os surdos não deveriam poder casar entre si e deveriam obrigatoriamente frequentar escolas normais, regulares. No entanto, em 1887 Bell, no Congresso de Milão, admitiu que os surdos deveriam ser oralizados durante um ano, mas se isso não resultasse, então poderiam ser expostos à língua gestual. Esta luta entre o oralismo e a língua gestual continua até aos nossos dias.
Em 1880 nasce Hellen Keller, nos Estados Unidos. Hellen ficou cega e surda aos 19 meses de idade, por causa de uma doença. Aos 7 anos Hellen havia criado cerca de 60 gestos (br: sinais) para se comunicar com os familiares. Anne Sulivan, a professora de Hellen, isolou-a do resto da família, conseguindo assim disciplinar e ensinar Hellen. Sullivan ensina a Hellen usando o método de Tadona, que consiste em tocar os lábios e a garganta da pessoa que fala, sendo isso combinado com dactilologia na palma da mão. Hellen aprendeu a ler inglês, francês, alemão, grego e latim, através do braile. Aos 24 anos formou-se, em Radcliffe. Foi sufragista, pacifista e apoiante do planeamento familiar. Fundou o Hellen Keller International, uma organização para prevenir a cegueira. Publicou muitos livros e foi galardoada por Lydon B. Johnson, com a Presidential Medal od Freedoms.
Associativismo
Quando Sicard morreu, o Instituto Nacional de Surdos-Mudos de Paris iniciou um período conturbado. Além de sucessivos diretores que nunca conseguiram estabelecer uma liderança forte, as questões institucionais eram tratadas como questões familiares e o Institudo começou a perder crédito. Como ao longo de toda a história dos surdos, nesta época a luta entre adeptos do oralismo e do gestualismo continuava, dentro e fora do Instituto.Bébian fundou uma escola privada para surdos, em Paris, onde usava o seu defendido método oralista, sendo proibido aos alunos do Instituto Nacional que contactassem com Bébian, quer dentro quer fora do Instituto.
Em 1829 o Instituto tinha apenas dois professores Surdos e apenas alunos do sexo masculino usufruíam de suas aulas; não existiam pessoas Surdas no conselho diretivo, no conselho colsultivo, na formação vocacional, nem mesmo entre os monitores. Por estarem cientes destes problemas, alguns professores uniram-se na tentativa de mudar o rumo da situação e surgem então duas frentes ideológicas, de um lado os defensores do método oralista, de outro lado os defensores do gestualismo.
No final de 1830 houve um grande movimento de pessoas Surdas, que mexeu com as bases do instituto. Ferdinad Berthier, líder de uma delegação de surdos, escreveu ao Rei Luís Filipe, de França, pedindo a readmissão de Bébian na direção do Instituto - o que chocou de tal modo a administração do Instituto que apenas aumentou as lutas e os desentendimentos de adeptos oralistas e gestualistas, que entraram em ruptura.
Neste época, quase todas as escolas de Surdos em França usavam os métodos de Bébian na educação dos surdos e criticavam as posições do Instituto.
Em 1834, um comité de dez membros Surdos liderados por Berthier organizou um banquete em honra do Abade de L'Épée, banquete esse que se tornou um evento anual, usado pelos Surdos como fórum a fim de publicitar as suas ideias e exigências. Nascia assim o Movimento Surdo, numa época em que pessoas Surdas tomavam conta de suas vidas e tomavam consciência do que os rodeava, lutando por seus direitos e resolvendo seus próprios problemas. Com o tempo, estes banquetes tornaram-se festivais de Língua Gestual.
Em 1838 foi fundada a Sociedade Central de Assistência e Educação de Surdos-Mudos - a primeira associação de Surdos do mundo.
Congresso de Milão
Antes do Congresso, na Europa, durante o século XVIII, surgiam duas tendências distintas na educação dos surdos: o gestualismo (ou método francês) e o oralismo (ou método alemão). A grande maioria dos surdos defendia o gestualismo enquanto que apenas os ouvintes apoiavam o oralismo - por exemplo Bell, nos EUA, fazia campanha a favor deste método, entre muitos outros professores, médicos, etc.- O meio humano para a comunicação do pensamento é a língua oral;
- Se orientados, os surdos lêem os lábios e falam;
- A língua oral tem vantagens para o desenvolvimento do intelecto, da moral e da linguística
O Congresso durou 3 dias, nos quais foram votadas 8 resoluções, sendo que apenas uma (a terceira) foi aprovada por unanimidade. As resoluções são:
- O uso da língua falada, no ensino e educação dos surdos, deve preferir-se à língua gestual;
- O uso da língua gestual em simultâneo com a língua oral, no ensino de surdos, afecta a fala, a leitura labial e a clareza dos conceitos, pelo que a língua articulada pura deve ser preferida;
- Os governos devem tomar medidas para que todos os surdos recebam educação;
- O método mais apropriado para os surdos se apropriarem da fala é o método intuitivo (primeiro a fala depois a escrita); a gramática deve ser ensinada através de exemplos práticos, com a maior clareza possível; devem ser facultados aos surdos livros com palavras e formas de linguagem conhecidas pelo surdo;
- Os educadores de surdos, do método oralista, devem aplicar-se na elaboração de obras específicas desta matéria;
- Os surdos, depois de terminado o seu ensino oralista, não esqueceram o conhecimento adquirido, devendo, por isso, usar a língua oral na conversação com pessoas falantes, já que a fala se desenvolve com a prática;
- A idade mais favorável para admitir uma criança surda na escola é entre os 8-10 anos, sendo que a criança deve permanecer na escola um mínimo de 7-8 anos; nenhum educador de surdos deve ter mais de 10 alunos em simultâneo;
- Com o objectivo de se implementar, com urgência, o método oralista, deviam ser reunidas as crianças surdas recém admitidas nas escolas, onde deveriam ser instruídas através da fala; essas mesmas crianças deveriam estar separadas das crianças mais avançadas, que já haviam recebido educação gestual, a fim de que não fossem contaminadas; os alunos antigos também deveriam ser ensinados segundo este novo sistema oral.
Durante o século XX
Em resultado da evolução nos campos da tecnologia e da ciência, no século XX, particularmente no campo da surdez, a educação dos surdos passou a ser dominada pelo oralismo (que encara a surdez como algo que pode ser corrigido). No entanto, sem a cura da surdez os insucessos do oralismo começaram a ser evidenciados, pois os surdos educados no método não os ajudava a conseguir um emprego, comunicar com ouvintes desconhecidos ou manter uma conversa fluída.Entretanto, surge o primeiro aparelho auditivo, em 1898. Na Antiguidade, os aparelhos usados eram cornetas, ou tubos acústicos,, mas a ampliação electrónica começou com Bell, em 1876, quando inventou o telefone com a intenção de amplificar o som para a sua esposa e mãe, ambas surdas. ideia que é concretizada em 1900, em Viena, por Ferdinand Alt. Só em 1948 surgem aparelhos com pilhas incorporadas e em 1953 começou a ser usado o transístor em próteses.
Em 1970 aparecem as primeiras tentativas de implantação coclear. Esse tipo de implante sempre gerou muita controvérsia nas comunidades surdas em todo o mundo. Os argumentos a favor do implante resumem-se ao acesso à língua oral, na idade crítica de aquisição, que a cirurgia é simples e segura e com a possibilidade de proporcionar à criança de ter uma vida social com som, e não com deficiência. No entanto, a comunidade surda, como um todo, é contra a implantação coclear em crianças surdas, antes da aquisição da linguagem. Pensa a comunidade que obrigar a criança surda a ser ouvinte, mesmo não sendo, influencia outros a negligenciar necessidades e meios de apoio à deficiência. Muitos médicos recomendam que o implante coclear seja acompanhado com a língua gestual, especialmente nos primeiros anos da criança, a fim de assegurar o pleno desenvolvimento cognitivo da criança. Segundo fontes médicas, os riscos do implante coclear incluem: infecção, vertigem, estimulação retardada, forte exposição a campos magnéticos, necessidade de acompanhamento médico por toda a vida.
Segunda Guerra Mundial
Em 1920, antes da chegada dos nazis ao poder, surgiu nos EUA e na Alemanha um movimento da comunidade médica, com apoio das sociedades em questão, em prol da esterilização de doentes mentais e psicopatas criminosos (na Alemanha este movimento ficou conhecido como higiene racial). Em 1933, com a chegada dos nazis ao poder, este movimento teve suporte político. Nesse mesmo ano, na Alemanha, foi aprovada uma lei para esterilizar as pessoas portadoras de doenças genéticas transmissíveis, incluindo a surdez.Na época, Berlim continha cerca de vinte e cinco comunidades de Surdos.
Em Junho de 1933, o jornal alemão mencionou o primeiro Surdo a pertencer às S.A. e uma unidade militar composta dos Surdos; um ano mais tarde, esta unidade foi dissolvida, sob pretexto de que o grupo não reunia o perfil da imagem do nazismo ideal.
Entretanto, os Surdos começaram a perder os seus direitos:
- os programas recreativos para surdos foram extintos;
- crianças surdas foram expulsas das escolas e denunciadas às autoridades;
- gradualmente, as escolas de Surdos foram encerradas e convertidas em hospitais militares.
Posteriormente, assim que começou a guerra, a Alemanha passou da esterilização para a eutanásia, tanto por razões económicas, como por razões ideológicas. Em 1941, era comum o uso de eutanásia nos hospitais, onde eram mortos bebés com deficiência, incluindo surdos.Posteriormente, tornou-se comum a prática do aborto, que era aplicada quando se suspeitava que os fetos poderiam ter deficiências congénitas, ou qualquer tipo de doença, como no caso da surdez.
Poucos surdos escaparam, sobrevivendo em guetos e nos campos de concentração na Alemanha, Polónia e Hungria.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_dos_surdos
John Bulwer (1614 — 1684) foi médico britânico, famoso pelos seus estudos sobre surdos.
Ao observar dois surdos a conversar em língua gestual, Bulwer entendeu que a língua gestual era essencial na educação dos surdos. Assim, foi o primeiro inglês a desenvolver um método de comunicação entre ouvintes e surdos.
Tentou criar uma academia de surdos, sem ter sido bem sucedido.
JOHN BULWER (fl. 1654)arper, 1644.
http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Bulwer | |||
Quem criou a linguagem de sinais para surdos?Em 1966, o médico americano Orin Cornett deu uma importante contribuição a essa linguagem, unindo a utilização dos sinais com a leitura labial. Hoje, cada país tem sua própria linguagem de sinais para surdos. Todas elas derivam do alfabeto manual francês, mas podem apresentar pequenas variações em função da gramática local. No Brasil o sistema é conhecido como Libras: Língua Brasileira de Sinais. |
PODE UMA PESSOA CEGA E SURDA APRENDER?Helen Adams Keller Foi uma escritora, conferencista e ativista social Nascida no Alabama, foi dos maiores exemplos de que as deficiências físicas não são obstáculos para se obter sucesso. Helen Keller foi um extraordinária mulher, triplamente deficiente, que ficou cega e surda, desde tenra idade, devido a uma doença diagnosticada na época como febre cerebral (hoje acredita-se que tenha sido escarlatina). Superou todos os obstáculos, tornando-se uma das mais notáveis personalidades do nosso século. Ela sentia as ondulações dos pássaros através dos cascos e galhos das árvores de algum parque onde ela passeava. Tornou-se uma célebre escritora, filósofa e conferencista, uma personagem famosa pelo extenso trabalho que desenvolveu em favor das pessoas portadoras de deficiências. Anne Sullivan foi sua professora, companheira e protetora. http://usandoasmaos.blogspot.com/2007/05/pode-uma-pessoa-cega-e-surda-aprender.html SurdezA Surdez pode ser definida segundo três pontos de vista: ponto de vista médico, educacional ou cultural.Ponto de vista médicoEm termos médicos, a surdez é categorizada em níveis do ligeiro ao profundo. É também classificada de deficiência auditiva, ou hipoacúsia. Os tipos de surdez quanto ao grau de perda auditiva:
Ponto de vista educacionalDesde ponto de vista, surdez refere-se à incapacidade da criança aprender a linguagem por via auditiva e ter um desempenho acadêmico.A partir da Lei 10436, o governo brasileiro reconhece a LIBRAS, como língua, e os surdos têm o direito de, nas instituições educacionais, as aulas sejam ministradas em LIBRAS, ou, pelo menos com a presença de um interprete de língua de sinais. Também em Portugal, o decreto-lei 3/2008 regulamentou a educação especial, em particular, o direito da criança surda crescer bilingue. Ponto de vista culturalEm termos culturais, surdez é descrita como diferença linguística e identidade cultural, a qual é partilhada entre indivíduos surdos. . |
Perda Auditiva e Hipoacusia
Os conceitos gerais sobre surdez, classificações, técnicas e métodos de avaliação da perda auditiva, características dos diversos tipos de surdez, etc., são fundamentais para compreender as implicações da deficiência auditiva.O deficiente auditivo é classificado como surdo, quando sua audição não é funcional na vida comum e hipoacústico aquele cuja audição, ainda que deficiente, é funcional com ou sem prótese auditiva. A deficiência auditiva pode ser de origem congênita, causada por viroses materna doenças tóxicas desenvolvidas durante a gravidez ou adquirida, causada por ingestão de remédios que lesam o nervo auditivo, exposição a sons impactantes, viroses, predisposição genética, meningite, etc.
As hipoacústicas classificam-se em função do grau da perda auditiva, sua ordem e localização. Quando a lesão se localiza no ouvido externo ou no médio é denominada como deficiência de transmissão ou deficiência mista dependendo da intensidade da lesão. Quando se origina no ouvido e no nervo auditivo é dita deficiência interna ou sensorioneural (estágio mais agudo da deficiência).
Mas o conceito de perda auditiva nem sempre é suficientemente claro para a pessoa que se depara pela primeira vez com o problema da surdez.O grau de perda auditiva é calculado em função da intensidade necessária para amplificar um som de modo a que seja percebido pela pessoa surda. Esta amplificação mede-se habitualmente em decibéis, como já descrito anteriormente.
Para o caso do ouvido humano, a intensidade padrão ou de referência correspondem à mínima potência de som que pode ser distinguida do silêncio, sendo essa intensidade tomada como 0 dB. Uma pessoa com audição normal pode captar como limiar inferior, desde -10 dB até + 10 dB. Verifica-se essa progressão se dá de forma exponencial ou seja multiplicando-a por dez. Logo, pressupõem-se que 10 dB tenha uma intensidade dez vezes superior a 0 dB e 30 dB são de uma intensidade cem vezes superior a 10 dB.
Dessa forma entende-se melhor a grande diferença entre uma pessoa com uma perda de 60 dB, que consideramos hipoacústico, e outro com 100 dB de perda. Tendo em vista que 60 dB é mais ou menos a intensidade de um grito a 1,5 m de distância. Portanto, compreendemos que a diferença entre uma perda de 60 dB e 100 dB.Á última sendo considerada bem mais difícil, para o prognóstico de reabilitação.
Contudo a medida da perda auditiva não é suficiente para medir o real problema de audição que uma pessoa apresenta. Faz-se necessário mensurar também qual o espectro de freqüência que está afetado pela surdez. Considera-se que as perdas auditivas nas freqüências baixas são mais prejudiciais do que as perdas nas freqüências altas. "Para compreendermos a causa disto teremos de analisar a relação entre a freqüência de um som e o tom com que este som se percebe". (CRYSTAL, 1983).
A freqüência de um som é medida em ciclos por segundo ou Hertz (Hz). O ouvido humano percebe sons nas freqüências entre 20Hz e 20.000Hz.
Entretanto a resposta perceptiva ao estímulo sonoro é denominada tom. Porém não há uma relação entre a escala de tons e a escala de freqüências. Mas, podemos tomar como parâmetros a escala de tons. Onde se compara o tom de uma nota musical a exemplo a nota "lá" que poderá apresentar um grau de entonação inferior ou superior dentro da mesma nota "lá".
Essa variação denomina-se uma oitava. "Ora bem, percebe-se como uma oitava superior a um tom dado, o som, em termos físicos, dobra a freqüência do primeiro. Desta forma, embora entre 2000 Hz e 4000 Hz haja uma distância física de freqüência menos do que entre 100Hz e 2000Hz, porém à distância perceptiva de tons é muito maior". (FRY et. al., 1982).
Comparando esses valores percebemos que entre 2000Hz e 100 Hz há mais de quatro oitavas, porque de 2000Hz para 1000Hz há uma oitava, ou seja, a metade da sua freqüência. Por tanto de 2000Hz para 1000Hz há uma oitava, de 1000Hz para 500Hz também há uma oitava, de 500Hz a 250Hz há outra e de 250Hz a 125Hz há outra. Entendemos agora por que as perdas auditivas nas freqüências baixas são de muito pior prognóstico do que as perdas nas altas freqüências.
Para um diagnóstico correto de uma surdez é preciso fazer uma exploração audiométrica do grau de perda por relação com um espectro de freqüência que vá pelo menos de 125 Hz a 4000 Hz, já que são estas as freqüências mais utilizadas na fala humana.(CASANOVA, 1988).
Outro problema que deve ser levado em consideração e a relação entre o limiar auditivo e o limiar doloroso, de forma, a saber, qual o tipo de resíduo auditivo que poderá ser aproveitado para a reabilitação indivíduo surdo. O limiar auditivo corresponde ao nível de intensidade necessário para que a pessoa surda perceba o som e este limiar pode ser diferente em cada freqüência. O limiar doloroso é o ponto em que a intensidade sonora produz dor à pessoa. A distância que vai do limiar auditivo ao limiar de dor é o que se chama de resíduo auditivo utilizável.
O professor pode suspeitar de casos de deficiência auditiva entre seus alunos quando observar os seguintes sintomas: Excessiva distração; freqüentes dores de ouvido ou ouvido purgante; dificuldade de compreensão; intensidade da voz, inadequada para a situação, muito alta ou baixa ou quando a pronúncia dos sons é incorreta.
Patologias do ouvido
A deficiência auditiva pode ser classificada como: deficiência de transmissão – quando o problema se localiza no ouvido externo ou no ouvido médio; deficiência mista – quando o problema se localiza no ouvido médio. E deficiência interna ou sensorioneural – quando se origina no ouvido interno e no nervo auditivo.As principais patologias do ouvido humano são: as ligadas à membrana timpânica, a deficiência de transmissão sonora no sistema tímpano-ossicular, a rigidez nos ligamentos de suporte ossicular, a timpanoesclerose, a fixação do martelo, a ausência no reflexo estapediano, a paralisia do nervo do músculo estribo, a complacência da membrana timpânica ou a sua rigidez, a lesão retrocloclear e a surdez psicogênica que é um dos distúrbios psicogênicos.
A impedância acústica do ouvido médio é um tipo comum de patologia. Pode ser definida como a resistência que a mesma oferece à energia sonora que penetra no conduto auditivo externo. E há ainda as patologias ligadas a Trompa de Eustáquio apresentando-se ou muito aberta ou obstruída e causando sintomas como autofonia e a percepção sonora da respiração pelo indivíduo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Defici%C3%AAncia_auditiva
Tradutor
Diferente do que se imagina, mesmo para a Libras existe a figura do profissional Tradutor. Este profissional é responsável em traduzir materiais escritos em uma língua oral ou de sinais como ASL, neste último caso produzido em SignWriting para Libras.O Resultado deste trabalho pode ser em forma impressa, VHS/DVD ou mesmo em forma de apresentação.
Exemplo de uma tradução de texto em ASL > Libras > Português:
Texto original em ASL
Tradução para Libras
Tradução para Português
"Estou escrevendo para dizer como me sinto em relação a importância de SignWriting e como poderá ajudar a comunidade Surda"
História do aparelho auditivo
John Franklin/AFP/Imagens Getty Essa longa trombeta de ouvido era feita sob medida no século XIX |
A Revolução Industrial permitiu a produção em massa de aparelhos auditivos e criou uma nova classe média que podia pagar pela tecnologia. No século XIX, várias empresas produziram suas próprias versões de aparelhos auditivos. Em 1898, a Dictograph Company apresentou o primeiro aparelho auditivo de carbono comercial. Um ano depois, Miller Reese Hutchison, da empresa Akouphone, no Alabama, patenteou seu primeiro aparelho auditivo elétrico funcional que usava um transmissor de carbono e bateria. Ele era tão grande que precisava ficar sobre uma mesa, e era vendido por US$400.
Na década de 20, tubos a vácuo foram introduzidos aos aparelhos auditivos, o que tornou a amplificação do som mais eficiente, mas enormes baterias ainda os tornavam incômodos.
O ano de 1952 anunciou a era dos aparelhos auditivos de transistor. A adição dessas simples chaves on/off finalmente possibilitou o advento de um aparelho auditivo menor. Os primeiros aparelhos auditivos com transistor foram projetados para se encaixar nas armações de óculos. Posteriormente, eles foram adaptados para se encaixar atrás da orelha. O primeiro aparelho auditivo de transistor a ser lançado no mercado no final de 1952 foi vendido por aproximadamente US$230.
No século XX, os aparelhos auditivos se tornaram digitais. A qualidade do som melhorou e se tornou mais ajustável. Também durante esse período, os aparelhos auditivos programáveis foram introduzidos.
Na virada do século XXI, a tecnologia de computador tornou os aparelhos auditivos menores e ainda mais precisos, com ajustes para se acomodar a virtualmente todo tipo de ambiente auditivo. A mais nova geração de aparelhos auditivos pode continuamente se ajustar para melhorar a qualidade de som e reduzir o ruído de fundo.
http://saude.hsw.uol.com.br/aparelho-auditivo6.htm
Aparelho auditivo
Os ruídos de fundo sempre constituíram um dos maiores problemas dos utilizadores de aparelho auditivo. Os aparelhos digitais avançados são capazes de reduzir os ruídos e realçar os sons, que são importantes para compreender a fala. Este processo realiza-se automaticamente dentro do aparelho auditivo sem que o utilizador se aperceba disso.
Outros recursos também estão disponíveis nas versões mais atuais como microfones direcionais para a fala, banda estendida de freqüência, que faz com que um maior número de sons seja amplificado e até mesmo a tecnologia Bluetooth. Esta, faz conexão entre equipamentos de audio e os aparelhos auditivos.
A tecnologia dos aparelhos auditivos evoluiu muito na última década. Há aproximadamente 3 anos (2007), foi lançada no Brasil, uma nova Era de aparelhos, com a tecnologia Wireless (superior à Digital). A Telex Soluções Auditivas foi a primeira a trazer essa inovação.
Descrição Geral
O aparelho auditivo ajuda o ouvido a perceber os sons, amplificá-los e transmiti-los através do ouvido. Existem modelos retroauriculares e intracanais. Os retroauriculares podem ser do tipo BTE com molde ou com um adaptador fino; ou do tipo RITE (receiver in the ear), com o receptor externo, próximo á membrana timpânica. Esse último modelo tem sido o mais utilizado devido ao seu alto desempenho em amplificar os sons da fala e em não ocasionar o chamado "efeito de oclusão" que é tão comum em aparelhos intracanais.Um aparelho auditivo convencional é constituído pelas seguintes partes:
- 1. Um microfone que capta os sons e os transforma em sinais elétricos.
- 2. Um amplificador que aumenta o volume sonoro.
- 3. Um alto-falante (em aparelhos auditivos chamado um telefone), que volta a transformar os sinais elétricos em sons.
- 4. Um molde que assegura que o aparelho auditivo assente bem no canal auditivo, por onde os sons são transferidos para o tímpano (aparelhos do tipo retroauricular).
- 5. Um tubo de plástico que conduz o som do aparelho auditivo para o molde (aparelhos do tipo retroauricular).
Molde
É importante que o molde esteja colocado corretamente e seja feito de forma a assentar da maneira mais conveniente no ouvido do usuário, em parte para evitar dores e incômodos quando o molde estiver em uso, e em parte para obter a melhor função do aparelho auditivo. Uma forma apropriada do molde contribui para medir o fenômeno da realimentação acústica (assobios) e um canal de ventilação aberto pode reduzir a sensação de ter o ouvido “entupido” ou se estar a falar “dentro de uma pipa”. Um molde que não assenta bem ou que aperta porque está mal colocado, pode numa má utilização do aparelho. Se o usuário não for capaz de colocar o molde corretamente, necessita de ajuda.O Molde deve ser trocado anualmente em caso de adultos e de seis em seis meses em caso de crianças.
Tubo
É importante que o tubo que liga o aparelho retro-auricular ao molde tenha um comprimento correto e que esteja limpo, inteiro e flexível. Se o tubo estiver curto o utilizador terá uma sensação de esticamento desagradável no molde e o aparelho assobia; se o tubo estiver demasiado comprido, a colocação do aparelho pode ser difícil. O tubo também pode ter um cotovelo que impeça o som de sair. Tanto o molde como o tubo deverão estar ambos limpos.O Tubo deve ser trocado de três em três meses ou quando estiver ressecado.
Colocação do molde no ouvido
A proteção ou o arco deve estar virado para trás – o tubo deve ser empurrado para cima – segura-se no arco ou na ficha e coloca-se o molde. O molde deve ser colocado de trás e ao invés. Para o assistente, o mais fácil é ficar atrás do utilizador. Pode ajudar a puxar o ouvido um pouco para trás e para cima, a fim de dilatar e corrigir o ouvido externo. Em alguns casos, o molde assenta por si próprio no devido lugar; em outros casos será necessário aparafusá-lo. No entanto, é necessário cuidado, pois o canal auditivo pode ficar dorido ou irritado.Aparelho brasileiro
Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, desenvolveram o Manaus, um aparelho auditivo bem mais barato e que tem uma configuração que prolonga o tempo de uso da bateria. A expectativa é que o aparelho chegue ao mercado e reduza custos na saúde pública .Esse aparelho é, apenas, um aplificador. Atende bem áqueles que buscam uma solução para amplificar os sons porém não apresentam condições para pagar por recursos que promovem conforto e melhor inteligibilidade da fala.
Hoje, existem empresas que montam o aparelho que o cliente deseja; com todos os recursos necessários para sua adaptação. O importante é procurar por quem tem um grande portfólio.
Aparelho auditivo, Aparelho de Ouvido
Como posso saber se eu preciso usar um aparelho auditivo?
A EVOLUÇÃO DOS APARELHOS AUDITIVOS
A deficiência auditiva sempre existiu. Isto é, desde os primórdios da humanidade, a deficiência auditiva sempre foi um problema sério às pessoas que eram acometidas desse mal. No início dos tempos, a melhora da audição era feita com a própria mão num formato de concha colocado atrás da orelha. Depois surgiram os objetos produzidos, num formato de corneta ou um grande funil, que eram produzidas para “concentrar” os sons.
Não se conhece a figura do inventor do aparelho auditivo, como em muitos outros produtos. Ele é um resultado de uma evolução natural das diversas tecnologias a serviço do homem. Thomaz Alva Edson inventou muitos engenhos; em 1886 patenteou o conversor (microfone) a carvão. Eram baseados no princípio da modulação elétrica através da característica do carvão (tipo grafite). Apesar de não ter o propósito de inventar o aparelho auditivo, contribuiu na sua evolução. Alexander Graham Bell, pelo contrário, tentou inventar o aparelho auditivo elétrico e criou o telefone. A sua mãe e a sua esposa eram deficientes auditivas.
Por volta do ano de 1900, nos USA, surgiu o primeiro dispositivo elétrico, com microfone de carvão, para auxiliar o deficiente auditivo.
No início da década de 20 foi fabricado e patenteado o primeiro aparelho auditivo valvulado. Na década seguinte surgiu o aparelho auditivo de condução óssea, que foi prontamente utilizado para todos os casos, apesar de ser mais apropriado para os casos de problemas do ouvido médio.
Apenas no final da década de 40 que o transistor foi utilizado para melhorar a questão do consumo (as baterias duravam um dia) e porte (grandes, se comparado com os transistorizados).
No início da década de 50 apareceram os primeiros aparelhos auditivos retroauriculares. Em 1955 foi relatado o primeiro aparelho que saiu de trás da orelha para vir do lado da orelha. Ainda não era um aparelho que ficasse exatamente dentro do ouvido. O primeiro aparelho alojado no canal auditivo apareceu em 1959. Cinco anos depois os aparelhos auditivos começaram a assimilar a utilização dos circuitos integrados (chips). Apenas em 1984 é que surgiu o primeiro aparelho auditivo com processamento digital. Entretanto, as soluções mais eficientes só apareceram na década de 90.
Toda essa evolução se refere ao lançamento nos USA, que até se popularizar levaria alguns anos. No Brasil, o atraso de chegada das inovações demoraria ainda mais. Antes da virada do milênio, a quantidade era pequena e a qualidade dos aparelhos digitais era sofrível. A popularização dos aparelhos digitais só foi intensificada no país por volta de 2003 a 2004. A velocidade da tecnologia nesta área é mais demorada que os “produtos de massa”. Os custos de pesquisa e desenvolvimento para novos componentes, produtos e softwares envolvem grandes somas que precisam ser viabilizados com uma demanda específica.
Os componentes dos aparelhos auditivos são específicos. Isto é, os componentes dos aparelhos auditivos são desenvolvidos para atender as necessidades dos aparelhos auditivos e não são utilizados em outros produtos eletrônicos. O desenvolvimento, projeto e fabricação dos componentes e dos aparelhos auditivos são todos feitos fora do país. Foram poucas as tentativas de montar aparelhos auditivos no Brasil.
Atualmente, ser aparelho auditivo de processamento digital com circuito DSP não significa que seja necessariamente um bom aparelho. Os aparelhos auditivos ainda não atingiram um nível tecnológico onde qualquer aparelho faz a tarefa de amplificar e ajustar os sons adequadamente a todos os pacientes. Vários produtos atingiram o nível satisfatório de qualidade e desempenho, alguns exemplos são: geladeira, rádio, televisor, telefone, celular, etc. Para esses produtos, a diferença entre os modelos são as funções adicionais ou o luxo agregado.
Os mais recentes desenvolvimentos nesta área dizem respeito aos novos algoritmos para melhorar problemas como a separação do ruído competitivo ou o ruído de fundo, a microfonia, a seletividade direcional, a reduzida faixa de freqüência, a estreita faixa de nível sonoro de inteligibilidade, etc. Ou seja, apesar de ser um desenvolvimento multidiciplinar envolvendo áreas como a otologia, engenharia eletrônica, acústica e outros, boa parte dos novos desenvolvimentos está baseada em soluções de softwares computacionais.
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